"Eu morro todo dia, para no outro renascer..." eu não lembro o livro que li, no qual havia essa citação e é com ela que retomo o hábito de escrever novamente, não prometo que serão vários textos, mas conforme eu vá tendo expiração e vontade, estarei por aqui.
Tem sido dias difíceis, no quais já cheguei ao pouco de acabar com minha própria vida. Suícidio nunca foi opção, mas na cabeça de quem está no pico máximo da depressão, sempre é a solução mais plauzível, mesmo que não seja.
Fazia um bom tempo que deixei o velho hábito de escrever e hoje do nada estou aqui tentando escrever algo que saia do fundo do meu coração, como sempre foram meus textos.
Em tempos, que tudo se tornou virtual, a saudade, o amor, o ódio, a mágoa, eu ainda prefiro ser aquele que abraça, que acolhe, que olha no fundo do olho, que sempre esteve ali.
Vamos começar do ponto pós perca do meu pai, houve o perdão de todos os erros passados, o amor reacendeu, mesmo que aquele amor que eu precisava na infância não tenha vindo; mas, ter que se despedir de alguém tão próximo, não foi fácil e ainda não é fácil. Hoje em dia, tem sido mais fácil lidar com a perca, mesmo que em algumas vezes ele venha me abraçar em sonho e conversar comigo.
Mesmo que não seja presença física, mas apenas de ver que meu velho Urso está bem, me deixa mais aliviado e feliz.
O tempo passou depois disso, e em 2019 veio a primeira queda da depressão, não saia da cama, desempregado, frustado, nada dava certo, mas minha fé permanecia inabalável. Não culpei ninguém, não culpei a mim, mas estava naquela tristeza sem sentido, no qual me diagnosticaram como Bipolar.
Não foi fácil saber esse novo diagnóstico, mas como sempre fui em frente; mas, em 2020 chega a Pandemia e com ela mais angústia, medo e a incerteza de novos tempos. E, tive de interromper o tratamento, por conta que ninguém podia de casa.
Nesse mesmo ano, conheci uma pessoa que aqui iremos chamar de X, essa pessoa foi um acontecido bom, porém sumia e reaparecia a todo momento. Me deixava esperando, mentia e em meados de setembro deste mesmo ano reapareceu, foi onde disse que era acompanhante e tinha vergonha, eu falei que não era necessário.
Dali para frente começamos a nos ver seguidamente, nossos encontros eram perfeitos, divertidos, mas do nada novamente ele sumia. Numa dessas, ele descobriu que o pai estava com câncer, dei o suporte que ele me permitiu dar. Era triste ver alguém passar pelo mesmo que eu passei, porém ele não permitia ser confortado (no fundo, eu entendi, porque era da mesma forma); infelizmente o pai dele não resistiu e acabou falecendo. Dei o tempo necessário para o luto dele, pois sabia que ele precisava.
Quando nos vimos de novo, a noite começou boa, mas do nada o mesmo surtou e falou coisas muito duras pra mim. Fomos dormir brigados e no outro dia, eu sabia que tinha acabado. Me mandou mensagem, me desaforou tudo que pode e me bloqueou, como se o errado tivesse sido eu, me manipulava de tal forma, que eu me sentia o errado na situação.
A pandemia foi ficando mais fraca, as coisas foram fluindo novamente, nunca mais soube do X, mas não conseguia sentir qualquer sentimento negativo sobre ele.
Em 2021, minha vida religiosa toma um novo caminho e dali por diante, só foi. Comecei num novo emprego, novas amizades, novos desafios, novos tudo.
E, novamente a depressão me pegou em julho de 2022, foram dias de crises, sem comer, sem sair do quarto, ouvindo uma voz dizendo para me matar que seria o melhor que eu faria. E meu renascimento, foi melhor que eu esperava. Uma fase ruim, sempre passa.
2023 chegou com seus desafios, da depressão e ansiedade novamente querendo tomarem conta, mas consegui driblar de certa maneira. E, o X reaparece dizendo que havia mudado e queria me ver para conversar. Realmente achei que seria diferente, mas tudo que é bom, pode piorar. Nesses encontros, num deles novamente ele surta e inventa coisas que eram infundadas. Decidi viver a vida novamente.
E as coisas foram sendo vividas da mesma maneira que antes.
2024, não tinha muitas pretensões, mas entregou o que pode. Em maio desse ano, aconteceu a maior cheia de todos os tempos, muitas pessoas desabrigadas, mortas, perdemos tudo, todos perderam também. Uma tristeza sem tamanho, mas estamos nos reerguendo novamente.
Talvez, toda essa ansiedade, traum, tristeza desse tempo, só tenha me atingindo agora.
2025, chegou. Com ele um dedo quebrado, depressão em nível hard, bem como ansiedade, daí chegou junto com elas o Bournaut e a bipolaridade ressurge assustadoramente mais forte que antes.
E aí começou uma nova caminhada, não me senti mais sozinho, pois quem sabia da minha doença, me apoiou e continua me apoiando muito. Foi esse apoio que não me deixou cair.
Começar a terapia com a pessoa certa, me salvou da morte, me resgatou e me fez enxergar o quão fabuloso eu sou; mesmo que eu não me veja assim.
Foi onde eu consegui enxergar certos comportamentos repetitivos e suas causas.
Que a carência que sempre tive, veio da falta do carinho e reconhecimento do meu pai na infância;
Que o porque de muitas vezes eu desistir na metade do caminho, é por conta de muito ter ouvido que eu não era capaz, ou que não conseguiria.
Certos traumas tem sido desenrolados na terapia. Aliás, obrigado sra. K. por me fazer enxegar que sou fabuloso.A depressão, ansiedade, bournaut e bipolaridade estão controladas, mas ainda tenho minhas crises, o que é normal, pois recém estou em 6 meses de tratamento, mas já tive uma melhora significativa, pela força de vontade. Ainda sinto medo de sair pra rua, não me sinto preparado para isso, mas sei que preciso.
Lembram do X? Pois, ele ressurgiu na enxente, mas com os mesmos hábitos, de mentira, ou quando era para nos vermos sempre tinha uma desculpa. Até que comecei a fazer o mesmo jogo que ele, e veja só deu certo. A última vez, que falei com ele, quis me cobrar certas coisas, mas assumi as rédeas da minha vida e disse, que só se ele assumisse um relacionamento comigo ele poderia me cobrar algo.
Tentou me controlar, mas eu disse que cansei de correr atrás e outras coisas que ele precisava ler/ouvir.
Me senti leve após isso, nunca mais nos falamos e acredito que isso é o melhor.
Hoje me sinto diferente, confesso que sinto falta de conversar com ele, mas não me cabe mais insistir em alguém que sempre será a mesma coisa. Prefiro permanecer nessa minha constância de melhora e só nesse momento, do que ter uma dor de cabeça com alguém que é manipulador e inverte sempre as coisas.
Hoje, eu ainda não estou bem 100%, mas cada vitória, cada conquista é um degrau que subo.
Eu sei que logo mais estarei melhor do que estou e isso é qiuestão de tempo e paciência.
Pra você que leu até aqui, minha gartidão por ler meu desabafo.
"Só por hoje não se irrite."



