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sábado, 26 de julho de 2014

Voltando aos velhos hábitos...

Olá, meu companheiro que eu havia esquecido...

Faz um bom tempo que não veio aqui compartilhar nada com você, acredito que não saiba mais nada de mim. Pois bem... vamos começar nossa conversa?

Nestes 2 anos em que eu estive "afastado" muita coisa aconteceu.
Passei por grandes transformações de pensamentos, sentimentos, reavaliei o que realmente era importante para mim, afastei-me de pessoas que já não me faziam bem, no mesmo modo que conheci outras que me completaram (ou, eu achava que completavam).

Amizade é um sentimento que nasce sem você esperar. quando dá-se por conta aconteceu; gera-se um vínculo de aproximação, cumplicidade, amor e respeito, mas as vezes as pessoas no qual "jurava" que não iriam te decepcionar fazem com aquele tempo não tenha valido de nada.

A vida anda sim, porque ninguém quer ficar estagnado no mesmo lugar uma vida toda, não é?

Foi o que fiz, quando não sentia mais que meus propósitos, sentimentos, pensamentos já não condiziam com o grupo no qual pertencia, vi a grande e dura solução, deixar pessoas que eu amava.
Esta foi uma decisão dura de ser tomada, mas mesmo assim eu deveria, porque não me sentia mais dentro do grupo. Meu coração ficou desolado, me senti sem rumo, sem chão, sem ninguém, mas mesmo assim eu ergui minha cabeça e segui o meu novo rumo. Neste mesmo período sairia de férias, assim sendo teria mais tempo para reorganizar meus sentimentos, pensamentos, meu eu interior que estava confuso, aliás eu já estava com tudo preparado.

Fiz o que eu mais amo, viajei para SC, lá sempre foi meu refúgio, quando me sinto assim: "sem caminho", faço minha sacola e vou. E, no final eu estava certo. Passei o melhor ano novo da minha vida.
Conheci muita gente naquele período que lá estive. O sentimento de solidão desaparecera como que por mágica. Talvez, algumas pessoas eu nem venha a ter mais nenhum contato, mas o que realmente importa, foi o momento que lá estive, que presenciei e principalmente vivi.
Graças ao "Criatura" (apelido carinhoso do meu amigão Rodrigo), conheci muita gente bacana e do bem, eles fizeram a diferença e que aquele sentimento inicial de tristeza passasse.
Todos nós precisamos de novos rumos em algum momento, mesmo que tenhamos que fazer escolhas difíceis, usamos tanto o sentimento, que só agimos com ele e esquecemos a razão.

Amigo, neste tempo também perdi algumas pessoas, que amava: Tia Deva, foi a primeira delas, ela nos abandonou na véspera do Ano Novo;
Após veio Tia Tereza - esta eu senti mais -já que tínhamos mais vínculo, mesmo que eu tenha passado um bom tempo longe. Suas histórias nunca sairão da minha memória, seu carinho, jeitinho de tia.
Infelizmente, esta doença chamada câncer a levou de nós. Rezo para que estejas bem amparada e divertido outros irmãos com suas histórias hilárias. Faz falta o teu : " Rodrigo, do céu..."
Não muito depois, meu padrinho Juca, nos abandonou também. Caso este que soube meses após seu falecimento. Senti muito sua perca, mesmo longe, sempre lembrava da minha infância toda junto dele.
Foi praticamente meu segundo pai, era severo quando precisava, carinhoso, atencioso...
Sem palavras.
E por último, a pessoa que já era, e ainda é muito importante em minha vida. Minha vó Cenira.
Por muitos anos passamos separados, devido fofocas de pessoas que não queriam que estivéssemos bem.
Nos últimos meses de vida, vivemos bem este lance de neto e vó. Ainda sinto o baque de sua partida, mas não gosto de falar sobre esta dor que ainda me consome. Faz falta ligar para pedir conselhos, ouvir sempre a mesma história, os " a tá", "Um beijo para ti", "Um abraço".
O momento mais feliz da minha vida foi tê-la como madrinha de religião, acho que não só para mim, como para ela. Quando ela começou a ficar doente, aquele mês todo indo no hospital e  não poder fazer muito por ela, foi o que mais doeu. Vê-la com os aparelhos, amarrada, doeu muito.Quando meu telefone tocou naquela segunda-feira as 10 horas da manhã, com a notícia de que ela estaria partindo à qualquer momento, veio como uma bomba. Fiquei tão sem chão, que quase perdi os sentidos por um momento.
Segui o doloroso caminho até o hospital, para vê-la pela última vez. Meu coração estava dilacerado, não tinha mais nem o que pensar, mas eu sabia que seria o melhor.
Após seu falecimento meu chão abriu e eu cai. Fiquei um bom tempo tentando digerir o que aconteceu, não é fácil, mas preciso conviver com esta lacuna que ela deixou. Rezo sempre para que ela tenha sido bem amparada, pois hoje ela está como ela queria: com sua "Mãe". A última coisa que eu pude saber dela é que ela me Amava e tinha orgulho de mim. É a lembrança que eu carregarei até o dia de nos encontrarmos.
Amo vocês!

É preciso ser forte, mesmo que não tenhamos mais força de seguir...
... existem pessoas que precisam de nós, mais do que esperamos. Isso me amedronta,porque se a vida resolver me pregar uma peça? Como ficarão estas pessoas que contam comigo sempre?
Quem irá ajudá-las? Quem as confortará?

Nunca tive medo da morte e jamais terei. Até porque já a enfrentei 4 vezes.
Algumas pessoas pedem para que eu não fale sobre o dia da minha morte, mas é preciso, todos iremos partir. É a Lei da Vida.

Isso é o "pouco" que eu passei, porque tem mais coisa, mas acredito que daqui alguns dias eu retorno para te contar.

Se estou triste? Sim um pouco. Faz parte do processo, mas logo eu retomo minha rédeas e voarei mais alto do que nunca.

Obrigado querido amigo por "me escutar".

Contigo, consegui tirar um pouco desta tristeza e amargura que estava sentindo.
Fez-me um bem que nem tu imagina.

Gratidão por estares aqui.

Ass.: Everton Rodrigo.